Quando falavam de amor, imunizavam-se
das ilusões, das dores e dos mundos internos dos medos.
Quando falavam de amores,
sintonizavam-se apenas com as fragrâncias das flores e os encantos do amor.
Quando viveram o amor, o
universo se fez em cores e formas que embeveciam ao próprio Deus.
O que nestes momentos os
tornavam completos e munidos de todas as sapiências sobre a vida?
Suas existências, estas, se
faziam de infinitas pluralidades, de contínuas experiências e enriquecimentos.
Porque somente nestes
momentos, o mundo se esquecia de si e a continuidade da vida não era razão de
temores, aquisições ou dominações?
Porque os contextos dos
aspectos da vida comungavam em si e entre si, sustentados por atmosferas que se
interpenetravam coexistindo em estados e naturezas distintas, porém,
perfeitamente harmoniosas e complementares?
Porque abandonar esta
atmosfera livre das paixões e das dúvidas?
Sim, das paixões e das
dúvidas que contaminam e disseminam-se como um vírus que toma a todas as naturezas
sãs, e as corrompem conduzindo-as até o seu estado mais extremo e crítico, a
morte.
Olhar pela janela de nossa
alma para os verdes campos floridos do divino que reside em cada um de nós,
deveria ser a única forma de observar a si mesmo e ao outro.
Reconhecer o quanto fomos
dotados de uma natureza límpida e pura, onde seu estado natural conceder-nos-ia
por si só a eternidade composta de amor e contemplação.
A perfeição não pode ser uma
meta, uma busca, ou inclusive o desconhecimento da mesma. Ela simplesmente
reside, oxigena e sustenta-nos sem que se faça necessário a nossa percepção de
sua presença em nós. Assim como os pássaros que cantam simplesmente por que
esta é a sua natureza, a perfeição em nós, igualmente nos é natural, como o
canto dos pássaros o é para estes.
Expressar a sua natureza ao
cantar é um ato natural para um pássaro, ele não planeja, ele não ambiciona,
ele apenas permite que a sua natureza possa se manifestar. E ao fazê-lo, ele
presenteia a toda a vida com beleza e encantamento, sem que para isto, haja
qualquer condição ou segregação imposta a qualquer aspecto da vida.
Nós, dotados da energia do
amor, temos que simplesmente deixar que ela flua por entre e além de nossos
poros, para que esta energia se faça acessível e comum a todos os nossos
semelhantes, de maneira incondicional e ausente de naturezas segregadoras assim
como os pássaros o fazem em relação ao seu canto.
Quando você dirige amor a si,
o universo a sua volta se preenche de cores, luzes e aromas que inebriam as
almas que estão conectadas com esta mesma energia. Em assim o fazendo, as
expressões que emanam de você apenas se entregam em um ressoar que se sintoniza
com o que de mais puro habita em teu ser. A transparência e o brilho de tuas
ações e sensações absorvem os contextos individuais e sociais, gerando paz,
harmonia e boa vontade entre aqueles que fazem parte de sua esfera de
relacionamento.
A naturalidade com a qual
este sentimento se mostra é absolutamente envolvente e permeia de maneira
profunda e ao mesmo tempo livre, a todos os aspectos da vida com os quais o
contato e a abrangência do mesmo ocorram.
Falar de amor é falar de
Deus, por esta razão, é imprescindível que tenhamos a ciência clara do que é o
amor. Do quanto é importante ater-se interna e externamente a este tema, e mais
ainda, vibrar nesta frequência, é antes de tudo uma condição que requer
entendimento de que a palavra amor, é o sinônimo de Deus, e que Deus é a mais
pura manifestação do amor.
Em razão deste
desconhecimento, vemos cenários pobres e desprovidos da beleza natural que
somente o amor pode conceder as relações humanas e as circunstâncias nas quais
os humanos se envolvem em seus dias, meses, anos e pela vida inteira.
Amar é muito mais do que
possamos imaginar, e não ter o conhecimento desta relação e responsabilidade,
possivelmente pode ser uma das razões que em nossos dias, tornou a palavra amor
e o que ele expressa, uma pálida realidade,
prostituindo-a e vulgarizando-a de uma maneira banal e pueril.
Ausenta-se do domínio humano
o entendimento de que ao amar a si ou ao outro, seja qual for o relacionamento
estabelecido, o indivíduo esta em primeira e última análise amando a Deus.
Será que temos a consciência
desta verdade?
Será que sabemos que ao amar
um filho, um amigo, um irmão, um conjugue, um pai ou uma mãe, estamos na
realidade amando a Deus?
Sim, a Deus em uma de suas
mais variadas e múltiplas expressões?
E será que igualmente,
sabemos que ao direcionar ódio, rancor, mágoa, culpa, julgamento, e qualquer outro
tipo de ressentimento, estamos na realidade dirigindo isto tudo a Deus?
Mas, para aquele que
reconhece o poder e a perfeição do amor, para este é reservada a atmosfera mais
plena que o ser pode alcançar.
Quando o indivíduo se ama
verdadeiramente, aceitando a todas as suas manifestações virtuosas e aquelas outras
que manifestam desequilíbrios, ele se capacita a viver a atmosfera do amor.
E esta atmosfera contribuirá
definitivamente para que ele possa se reequilibrar em todos os seus aspectos
que possam manifestar condutas mentais, emocionais e ações que não estejam
sintonizadas com o amor.
Viver amando, é o melhor
remédio, a melhor escolha para quem deseja realmente reconhecer o Deus que
habita em si e reconhece-lo presente no outro.
Não podemos esquecer, amar é
a nossa condição natural, espontânea e comum a todos nós, manifesta-lá é uma
decisão pessoal, intransferível e desprovida da interferência ou da ação do
outro.
Creia, você é o único
responsável pelo amor que há em você, ele jamais poderá vir de fora, de outra
pessoa para você.
O outro pode apenas
mostrar-lhe novas facetas do amor que você pode ainda não ter percebido em
você, e isto, em razão direta de sua sensibilidade e aceitação, poderá ser a
alavanca e o incentivo para que você descubra estas outras facetas do amor em você
mesmo.
Você não será acrescido de
novas facetas, vertentes ou qualidades do amor, pois, ele é completo, inteiro,
não se faz por metades, contudo, algumas destas outras vertentes do amor podem
se encontrar adormecidas em seu interior, e no contato com esta outra ou outras
pessoas, pode haver o despertar daquilo que já existe e é presente em você,
mas, que até então eram desconhecidos por você.
Quando o amor bater a sua
porta, deixe-o entrar, permita que ele se acomode, se instale sem medidas,
censuras, condições ou segregações.
Quando ele bate a sua porta,
é porque você esta se permitindo descobrir o amor, mas, não me refiro ao amor
entre casais, me refiro ao amor como experiência e presença de Deus em você e o
consequente reconhecimento no outro.
O amor somente pode ser
reconhecido como presente no outro, se em primeiro lugar você o reconhecer presente
em seu coração.
Lembre-se, em realidade você
esta amando a Deus, em uma de suas múltiplas e infinitas manifestações como
Amor em você e no outro.
Quando você finalmente conseguir
reconhecer e aceitar este amor, você se capacita para viver o amor e permitir
que esta atmosfera possa tornar-te, a verdadeira manifestação de Deus aqui na
terra.
Eu vos amo.