Teu corpo acostumou-se ao meu.
Busca-o em sonhos e em noites de
amor.
Em alvas e serenas nuvens ou em
voluptuosos lençóis.
Nas tardes e noites.
De absoluto abandono em nós
mesmos.
Onde invariavelmente me refugio
em teus braços.
Aos fervores e açoites de teus
beijos.
Que me invadem sem timidez ou
cautela.
Roubando-me o ar de meus pulmões.
Acaricia-me por tuas mãos a
suavidade das plumas.
Que investigam aos meus relevos.
Em reconhecimento daqueles que
são os teus domínios.
Em frenesi sou tomado por incontido
êxtase.
Experimentando miríades de
sensações.
Que transcendem ao ganancioso contato
de nossos corpos.
E alcançam repercussões em nossas
almas.
Que de duas se fazem uma.
E nesta miscigenação de corpos e
almas.
Supera ao talento do poeta.
Ou a sabedoria de um ancião.
Que em seus versos e em suas
reflexões.
São incapazes de descrever este
encontro.
Marcado em nossos ávidos corpos.
Por desejos, gozos e caricias.
Que idealizados sob a regência do
coração.
Onde o amor é a única vertente da
vida.
Concede aos que se movem por esta
fonte.
O direito de manifestá-lo em
todas as suas expressões.
Nosso amor não se faz.
De castelos de areia.
Tampouco por promessas em papel.
Ele tatua em nossos corpos os delírios
da paixão.
E acentua em nossas almas a
exuberância deste sentimento.
Que convive harmoniosamente nas
esferas do corpo e da alma.
Sem privilegiar a um ou ao outro.
Mas entregando-se em corpo e
alma.
Em sua mais plena manifestação do
amor.
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