sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

CORPO E ALMA




Teu corpo acostumou-se ao meu.
Busca-o em sonhos e em noites de amor.
Em alvas e serenas nuvens ou em voluptuosos lençóis.
Nas tardes e noites.
De absoluto abandono em nós mesmos.
Onde invariavelmente me refugio em teus braços.
Aos fervores e açoites de teus beijos.
Que me invadem sem timidez ou cautela.
Roubando-me o ar de meus pulmões.
Acaricia-me por tuas mãos a suavidade das plumas.
Que investigam aos meus relevos.
Em reconhecimento daqueles que são os teus domínios.
Em frenesi sou tomado por incontido êxtase.
Experimentando miríades de sensações.
Que transcendem ao ganancioso contato de nossos corpos.
E alcançam repercussões em nossas almas.
Que de duas se fazem uma.
E nesta miscigenação de corpos e almas.
Supera ao talento do poeta.
Ou a sabedoria de um ancião.
Que em seus versos e em suas reflexões.
São incapazes de descrever este encontro.
Marcado em nossos ávidos corpos.
Por  desejos, gozos e caricias.
Que idealizados sob a regência do coração.
Onde o amor é a única vertente da vida.
Concede aos que se movem por esta fonte.
O direito de manifestá-lo em todas as suas expressões.
Nosso amor não se faz.
De castelos de areia.
Tampouco por promessas em papel.
Ele tatua em nossos corpos os delírios da paixão.
E acentua em nossas almas a exuberância deste sentimento.
Que convive harmoniosamente nas esferas do corpo e da alma.
Sem privilegiar a um ou ao outro.
Mas entregando-se em corpo e alma.
Em sua mais plena manifestação do amor.