quinta-feira, 24 de julho de 2014

O PREÇO DA LIBERDADE - PARTE I





O que é a Vida?
O conhecimento que eu detenho sobre a vida é consistente?
Certo! Sei que a vida se divide em duas realidades, a material e a espiritual, isso é tudo?

Embora encontremos muita literatura e informação sobre a vida, quando eu me permitirei buscar as respostas dentro de mim sem considerar a influência externa agindo em meus pensamentos e divagações?



Tenho assistido, participado e produzido muitos atos de minha história como um ser que vive uma realidade na forma humana, em corpo humano, com características humanas, relações e sentimentos humanos, com buscas e propósitos humanos, dentro de uma realidade ao mesmo tempo pródiga em produzir experiências enriquecedoras e experiências extremamente castradoras e aprisionadoras.


Quanto mais estudo, leio, observo e me interiorizo buscando respostas, gero e reforço a conclusão de que é ínfima a quantidade de pessoas que realmente estão abertas para a perspectiva mais ousada da experiência que vivem neste Planeta.
Não desconheço ou ignoro a grande força oposta ao Amor e a sua envolvente capacidade de anestesiar a vontade humana em buscar respostas e transparência em sua jornada terrena.
Sei também, que a perspectiva que a nossa sociedade gerou como foco em sua evolução sempre esteve atrelado ao caminho descontínuo e fracionado em decorrência das sucessivas experiências que o homem experimenta nas incontáveis vidas que encenou em sua passagem aqui na terra.
Desta forma, ao compreender estas influências me vejo forçado a respeitar o peso que esta realidade dimensional se ocupa em produzir sobre nossa consciência, e a abertura inconsciente que proporcionamos a ausência do Amor em nós mesmos quando permitimos que o Medo, seja a moeda corrente inalienável pela qual a personalidade se movimenta, gerando-o como domínio comum, em suas manifestações individuais e sociais, refiro-me a presença do Medo em cada um de nós.


Mas ao Medo, concederemos em outro momento próximo a este, o espaço adequado para a sua maior compreensão e melhor entendimento da influência que ele produz sobre nossos pensamentos, sentimentos e ações.


As questões acima enunciadas podem parecer comuns e dirigirem-se a um mesmo ponto de observação, mas asseguro-lhes que se estendem a horizontes mais amplos do que aqueles que comumente nos permitimos criar em nossos raros momentos de desprendimentos reflexivos e nas escassas oportunidades em que também nos permitimos filosofar.
Daí entende-se o porquê da incrível dificuldade que muitos de nós temos em gerar pensamentos, reflexões e construirmos discernimento sob vários temas que envolvem nossa vida, pois pensar dá trabalho e consome tempo, e se eu não estiver enganado, tanto o trabalho quanto o tempo, são duas ferramentas desta sociedade que devem ser dirigidas e habilmente utilizadas para produzir resultados “econômicos” e concederem ao individuo “prazer”, e não para produzirem desperdício e stress, ou ainda, o exporem ao medo latente que habita em seu interno.
Também ouso afirmar que se eu não estiver equivocado, os resultados econômicos e a incessante busca pelo prazer são dois pilares muito bem sedimentados por esta nossa sociedade que ajudamos a criar, e que dita suas teorias como leis a serem regiamente cumpridas pelo individuo, como muito bem é identificado na trilogia Matrix, filme de 1999 que traz em seu roteiro expresso nas cenas deste filme a perfeita identificação do que hoje é a vida na terra.


Somos marionetes muito bem articuladas por um sistema de crenças e padrões que nós mesmos construímos e que agora se apossam como “senhores feudais” de nossa humanidade e que com mão de ferro conduzem os rumos desta civilização, tornando-a prisioneira de si mesma.
 Enfim, a criatura dominando o criador, em outras palavras, a Sociedade dominando o Indivíduo.


Acredito que um mecanismo muito inteligentemente usado como forma de manter o humano disperso de si mesmo são os meios de comunicação, que oferecem um universo amplo de informações que o levem a manter a sua mente ocupada no processamento e arquivamento deste manancial informativo que diariamente entramos em contato através das mais variadas formas de acesso oferecidas pela tecnologia da informação.
Outro mecanismo muito perfeitamente instalado em nossas vidas se registra na crescente solidão na qual as pessoas estão cada vez mais se aprofundando.
Tornarei mais claro o funcionamento deste mecanismo ao afirmar que a comodidade, agilidade e eficiência dos meios de comunicação disponibilizados em nossa sociedade como, por exemplo, as próprias Redes Sociais, o Celular, a Internet entre outros, leva o individuo a manter-se distanciado fisicamente de um contato mais próximo e bem mais enriquecedor com o seu semelhante. Podemos estabelecer contatos virtuais praticamente instantâneos, mas totalmente desprovidos do verdadeiro calor humano, que o contato físico como o olhar nos olhos do outro ou o tocar as mãos do outro proporciona.


Bem, mas isto na visão desatenta e inocente da grande maioria das pessoas não é significativo o suficiente para justificar a dificuldade do individuo de produzir questionamentos e compreensões mais elaboradas, será?
Em minha opinião este processo de massificação que a sociedade atual desenvolveu contribui sim, de maneira significativa para amordaçar a alma em suas buscas mais nobres. O homem de hoje é refém de si mesmo e o mais preocupante é que não possui consciência desta realidade, mesmo aquele que se ocupa de maneira tímida ou até mesmo mais comprometida em suas buscas espirituais ainda se vê preso a padrões e crenças que o impedem de ver a vida não tão simplesmente pelo foco que a realidade material e os princípios espirituais tomados como leis e consagrados pela própria literatura espiritual encerram em seus conceitos aprisionadores e limitadores.


Ressalto aqui, que quando me refiro a espiritualidade não estou incluindo qualquer possibilidade de fazer menção a alguma religião ou doutrina, sejam estas de qualquer natureza que estejam constituídas, respeito seus seguidores, mas as entendo totalmente desnecessárias e indevidas ao reencontro consigo mesmo e com a Fonte.


Muito provavelmente devido a esta minha última afirmação, algumas pessoas devem estar extremamente contrariadas e até mesmo revoltadas, o que sem dúvida é um direito que lhes assiste, mas mantenho minha afirmação sustentada pela própria passagem de Jesus na terra, pois até onde sei, em momento algum de sua presença entre nós ele sugeriu ou determinou que devêssemos seguir alguma religião ou doutrina.
Sua mensagem assentava-se em uma única proposta, o Amor como forma de chegarmos a Fonte. Esta era a única pregação de Jesus, dizia ele, que o Amor nos liga a Deus, a Fonte de Tudo o Que É.
O Amor não faz escalas e não precisa de intermediários.


Mas infelizmente não aprendemos esta lição e permitimos a presença de intermediários, de interlocutores, e o mais grave de tudo, não aprendemos a Amar, mas facilmente aprendemos a ter Medo, onde deveríamos ter o Amor como única forma de manifestação.
O Medo é o Pai de todos os desequilíbrios humanos. Um momento! Voltei a referir-me ao medo, por quê?
Porque para meu entendimento a resposta é simples. A Humanidade não se volta para dentro de si com medo de reconhecer as verdades la contidas, defrontar-se com seus desequilíbrios e desarmonias confunde e aterroriza a personalidade levando-a desta maneira a abrir espaço e manter-se fiel as ilusões que ela mesmo gerou e outras que a ela foram impostas.
Como não sou adepto das ilusões, vamos passar a falar sobre ilusões e realidades.


Estar vivo é exatamente o que?
Acordar pela manhã, fazermos nossa higiene, sairmos para o trabalho ou estudo, relacionamo-nos com as pessoas até retornarmos para nossos lares e convivermos com nossos familiares, alimentamo-nos, temos uma vida social, lazer e dormimos. De maneira geral é o que acontece em nossos dias, e sendo mais genérico e simplista ainda, podemos resumir nossas vidas entre estarmos acordados ou adormecidos.


Quando estamos acordados (na média 2/3 do dia) temos consciência do que esta acontecendo conosco (ou deveríamos ter), mas e quando estamos adormecidos,  repousando (na média 1/3 do dia) sabemos o que esta acontecendo?
Você já parou para pensar que em média o ser humano dorme 1/3 de sua vida, ou seja, se uma pessoa tem 33 anos, ela passou 11 anos dormindo, você já tinha parado para pensar sobre isto?
Você já parou para pensar o que acontece em sua vida nestes 11 anos, nada?

Alguns dirão, “estaremos sonhando ou não”, simples assim?


Lamento informar que não tem nada de simples, pelo contrário, é bem complexo. E por acreditar que é hora de se falar sobre isto (na realidade já passou da hora) e outros temas passarei a desenvolver conteúdos que possam trazer novas compreensões a quem estiver aberto a discuti-las, reafirmo, e perceber que as mensagens “cor de rosa”, são bonitas e acalmam a personalidade mas nem sempre refletem a realidade da vida, pelo contrário sustentam a ilusão que dirige a vida de muitos.



Nenhum comentário:

Postar um comentário