Hoje,
aproveitando o sossego que a chuva que cai la fora nos oferece em relação as
altas temperaturas que se faziam constantes, decidi escrever sobre algo que me
parece imperioso neste momento.
E ao me dirigir
ao propósito deste texto, encontro inúmeras razões para me concentrar no
desenvolvimento de seu conteúdo.
Embora possa
parecer contraditório e de certa forma, é inquietante observar, que mesmo para
aqueles que se movimentam em suas buscas pessoais, o medo da autodescoberta é
comum em seus processos mentais e emocionais, como também o é, naturalmente
para aqueles outros que continuam adormecidos em sono profundo de pura
ignorância.
Mas, a que
atribuir este comportamento?
Onde
reside na natureza humana travas tão imponentes,
que inviabilizam a tomada e a manutenção da decisão, em aprofundar o conhecimento sobre si e a personalidade,
que manifesta neste espaço real da vida dimensional terrena?
Onde podemos
buscar subsídios que nos concedam informações para gerar teorias e hipóteses
que satisfaçam as ponderações e reflexões acerca deste tema?
Pessoalmente,
entendo a fragilidade do humano diante desta demanda pessoal, pois, somos seres
dotados de escassa capacidade cognitiva e ausente domínio da serenidade em
nossas ações cotidianas. Movemo-nos como bonecos mecanizados e programados para
usar de repetidas formas de manifestação carentes de discernimento e espírito
humano.
Embora esta
última observação imediatamente acima, possa ser observada como um excesso de
minha parte. Permito-me usar de uma única argumentação para sustentar a minha
afirmação.
Valho-me
daquilo que é censo comum em todas as sociedades que residem neste planeta.
“Nós estamos em
2014 e continuamos a ceifar vidas humanas como fazíamos a séculos.”
A frase acima é
suficiente para derrubar qualquer argumentação contrária a minha afirmação,
pois, não podemos tomar as ações de um ou mais indivíduos que não praticam
estes atos bárbaros, como se estes pudessem inibir ou extinguir a ignorância
daqueles que continuam a matar.
Tomando como
exemplo a região metropolitana de Porto Alegre, até o dia 25 de Fevereiro,
morrerão aproximadamente 200 pessoas vítimas de homicídios.
Acredito serem
desnecessárias mais argumentações, ou não?
Pois bem, o
medo individual ou o medo causado nas relações sociais, emudecem e polarizam ao
humano, em razão deste se ver atemorizado ante as circunstâncias de sua vida pessoal
e também naquela na qual ele participa como célula desta sociedade.
Estes
enfrentamentos vão assegurando ao individuo, um comportamento defensivo, e
naturalmente comprometido com a manutenção de sua segurança pessoal.
Esta segurança
em absoluto pode ser ameaçada por qualquer forma de evento que retire deste
individuo, a sua paz interior, mesmo que esta paz seja algo muito pouco
concreta e muito mais comprometida com um espaço abstrato de percepção deste,
em relação a sua realidade pessoal e social.
Neste processo
de autopreservação, são criados os vícios e domínios do ego, que conduzem o
individuo a um comportamento fiel a posturas comportamentais que o mantenham
camuflado diante das possíveis ameaças, a que seu eu pessoal possa se
confrontar.
Irremediavelmente
esta postura, o conduz a uma inibição natural para todo e qualquer intenção de
uma maior analise de si mesmo. Vemos pessoas dotadas incrivelmente, de gatilhos
de autoproteção que são disparados ao menor sinal de risco de exposição que elas
possam enfrentar.
Desta maneira,
os bloqueios e as inibições são muito comuns e atingem-nas de maneira
contundente levando-as a manter-se em posições confortáveis, afastando-se de
situações onde possam se sentir expostas e ameaçadas em sua “segurança”
pessoal.
Reunificação
esta, que somente seria possível na adoção por parte deste, de um comportamento
mais disciplinado e orientado para questionamentos que possam decifrar a sua
natureza interior, sem os referidos padrões e gatilhos de segurança que ele
desenvolveu ao longo da vida.
Estas são as
razões que entendo ser muito plausíveis de aceitação, na compreensão das razões
que impedem ao humano, de desenvolver-se na busca de uma compreensão mais
profunda e clara de sua natureza enquanto individuo dotado de capacidades
maravilhosas, mas, que permanecem adormecidas aguardando o momento em que elas
possam aflorar a luz dos dias, trazendo uma nova vertente de vida a cada um de
nós.
Tenho observado
em razão de meu trabalho, que as pessoas de uma maneira geral, apresentam “boa
vontade” em começar a desenvolver este trabalho, mas, ao surgirem os primerios
confrontos mais significativos, muitas delas puxam o freio e param, alegando
motivações vãs e irreais para justificarem seus medos.
Mas, ao
adotarem este comportamento, elas não percebem que estão fazendo exatamente
aquilo que seus egos lhes “determinam” que façam.
Outro
componente que se manifesta comumente e promove verdadeiro pavor aos possíveis
buscadores da sua luz interior, é aquele ponto sensível e verdadeiramente
concreto, que é, viver simultaneamente uma realidade espiritual e material. O
grande problema para estas pessoas é saber lidar com esta duplicidade de
realidades e as distintas consequências que estas, promovem em suas vidas.
Confesso que
neste ponto elas têm razão em afirmar que é difícil trabalhar de maneira harmoniosa,
a acomodação destas duas vertentes da vida. Contudo, elas são presentes na vida
de todos nós, desejamos, aceitamos, acreditamos ou não, isto é um fato
irrefutável.
Quanto mais o
humano negar esta ocorrência, mais ele estará se sujeitando a atrasar a sua
evolução, e ao mesmo tempo, mais estará contribuindo para o aumento da
densidade de sua natureza ao ser permissivo com os pensamentos em si e no meio
social, que lhe cercam com a negação
desta verdade.
Do que você tem
medo?
De olhar para
dentro de si e perceber que você já fez muita “porcaria”?
De olhar para
você e perceber que você não é tão bom quanto você imaginava ser?
Caros amigos,
isto todos nós temos em nós. Somos bons e ruins, somos verdadeiros e
mentirosos, somos santos e profanos, somos luz e sombras.
Negar isto é
negar a si mesmo, e o pior, é continuar e reforçar a ignorância que o domina e
o impede de olhar para dentro de si com os olhos de Deus.
Sim.
Quando olhamos
para nós em um processo de busca pessoal, há uma única forma de se observar, e
entendo que aqui reside o maior problema das pessoas.
Elas não
conseguem olhar para si, com os OLHOS DE DEUS.
Elas olham para
si com os olhos de juízes e carrascos, que estão ávidos em apontar o dedo em
julgamento/culpa, e penalização imediata de si mesmo.
(Não me
atreverei a comentar o julgamento ao outro)
Isto, eu lhes
digo é um absurdo.
Todos nós já
fizemos muita porcaria na vida. Mesmo você neste instante ao ler este texto e
se sentir ameaçado por ele, saiba, você também já fez muita porcaria em sua
vida, seja nesta, ou em outras vidas.
Muitos
certamente devem estar tentando se proteger neste momento, e dizem para si
mesmos, “Não, este cara esta louco, eu sou uma boa pessoa, não faço e nunca fiz
mal a ninguém.”
Quem deseja
viver de ilusões tem todo o direito e não serei eu que a retirarei de quem
assim se entende.
Mas, é melhor
não continuar a ler este texto por sua própria segurança.
Entretanto,
para aqueles que ousarem continuar a ler, afirmo que você, eu e todos nós, ou
somos, ou já fomos a algum momento muito mal.
A vida não se
resume somente no agora, a vida é um processo contínuo, a morte, a morte não é
nada. Ela apenas estabelece um intervalo em sua vida, não é um ato descontínuo
como muitos podem pensar, a vida e a morte é um mesmo processo, apenas se
revestem de estados corporais distintos, enquanto um é físico o outro é apenas
energético.
Portanto, todos
nós temos realmente algo a corrigir. Eu, você e todos nós, ninguém foge a esta
verdade.
Porém, muitos
fogem por todas as vidas deste momento, mas outros, tem a coragem de
parar e decidir olhar para si e ver o que necessita ser corrigido.
Este momento é
uma dádiva a aquele que decide olhar para si, e caminhar na direção de si
mesmo.
Em meu trabalho
com as pessoas que se aproximam de mim, sempre em nosso primeiro dia de
diálogo, lhes afirmo que devem riscar de seus dicionários seis palavras, são
elas:
Julgamentos;
Culpas; Penalizações; Vitimizações; Medos e Apegos.
Todo e qualquer
trabalho que esteja filiado a verdade e ao amor, necessariamente tem que primar
pelo atendimento destes requisitos básicos.
Não podemos
incursionar pelos terrenos da consciência, dotados e armados de ferramentas que
são as responsáveis por nosso estado deprimente e de extrema densidade.
Quando
decidimos começar um processo de descoberta pessoal, temos que ser movidos por
algumas virtudes que sustentem este caminho. E não é sendo fiel a crenças e
padrões limitadores que haveremos de superar tais dificuldades.
Precisamos
valorizar em nós, virtudes como o Amor, a Coragem, a Disciplina, a Verdade, a
Sabedoria, a Paciência, a Honra e o Amor.
Repeti a
palavra amor? Não, todo e qualquer caminho começa e termina no Amor.
E é exatamente
nesta energia que reside o maior problema das pessoas. Amamo-nos muito pouco,
sabemos muito pouco sobre o amor, entendemos muito pouco sobre o que o amor
pode fazer.
Ouvimos corriqueiramente
em nossa sociedade esta palavra, mas a ela muitos poucos são os que se ligam
verdadeiramente de coração puro e leve.
Quando você
decidir caminhar na direção do amor, você fatalmente terá que estar limpo,
leve, em paz e aceitar ao amor em sua extensão e plenitude.
E isto
sinceramente, é um estado muito pesaroso, há a necessidade de muita entrega e
muito carinho por si mesmo para se viver o amor.
Encontramos muitos
a oferecerem receitas e fórmulas para a conquista do amor.
Mas vejo dois
erros básicos nesta conquista e consequentemente nesta oferta: a primeira, amor
não se conquista, nós somos impregnados pelo amor; a segunda, não existe
receita e fórmulas, para você impregnar-se do amor, você precisa conhecer a si
mesmo e aceitar a si mesmo, voltado sempre para um aprimoramento do que você é.
Desconheço
outro caminho, vejo o amor como o ATRIBUTO para o ser, VER-SE COMO DEUS O VÊ.
Somente quando
atingimos este estado, podemos nos impregnar do amor.
Por esta razão,
sou sempre um motivador para todos aqueles que tomam a iniciativa da busca
pessoal, sempre os encorajo, os inflamo nesta busca, por que em realidade é o
momento mais sublime do ser enquanto personalidade.
Neste momento,
a personalidade curva-se diante de sua alma e direciona-se a labuta pessoal na transmutação
de padrões, crenças, medos e aderências que ela se permitiu acoplar em sua
consciência ao longo de sua jornada como ser multidimensional.
Então, quando
haverás de começar???
Medo do que?
De descobrir o
ser maravilhoso que você É?
Se entregue,
não importa em que estágio você possa entender que alcançou, lhe digo, há mais
a subir, nunca estamos suficientemente prontos.
Talvez, o estar
pronto possa ser entendido por aquele momento em que o amor, esteja em nós, ao
redor de nós, dentro de nós e o vejamos igualmente no outro, da mesma maneira
como o percebemos em nós.
A vida é
extremamente pródiga em oferecer inverdades que se revestem de verdades e
virtudes, mas, devemos estar atentos a estes momentos e a estas circunstâncias.
Os prazeres e
as ofertas de sonhos são muitos, somos facilmente abordados por estas
artimanhas da vida.
Mas, isto não
pode representar desculpas para justificar a sua incapacidade e covardia em
buscar o seu eu mais puro. Não acredite que mesmo Deus do alto de sua
benevolência por todos nós, desconhece os motivos que nos fazem ser relapsos.
Recentemente,
vim, a saber, por meio de um amigo muito próximo, posso dizer um irmão de
coração o acontecimento do seguinte fato.
Como todos
sabem, uso as palavras na plenitude do que elas dizem e na profundidade do que
quero transmitir, portanto, falo de maneira direta sem meias palavras, e
realmente, confesso que neste particular sou sempre muito direto e objetivo.
Pois bem, ao
publicar em um determinado grupo um texto, foi feito um comentário por parte de
uma pessoa sobre o texto que eu publiquei. Em resposta me dirigi a esta pessoa
como sempre o faço, de maneira educada, polida, mas, igualmente sendo direto e
objetivo.
Uma terceira
pessoa se aproximou deste meu “irmão” e disse-lhe: “Será que não deveríamos
excluir o comentário que o Roberto fez para aquela senhora?”
Em resposta,
este meu “irmão” perguntou ao seu interpelador:
“Há mentira nas
palavras dele?”
O que em
resposta lhe foi proferido.
“Não, ele falou
toda a verdade que eu mesmo gostaria de falar, mas ele é muito direto, muito
especifico.”
Bem, embora eu
respeite a todas as opiniões em contrário, sempre me moverei desta forma,
jamais serei brando em minhas argumentações. Sempre estarei expressando o que
sinto e o pouco de conhecimento que tenho, jamais haverei de falar o que querem
ouvir.
Nunca faltei ou
faltarei com o respeito com as pessoas, mas, isto não me impede de ser direto e
objetivo.
Não uso meias
palavras, e este é o problema das pessoas, elas gostam de meias palavras para
se sentirem mais seguras, isto é um absurdo.
Mas reconheço,
é um direito de quem pensa assim.
No entanto,
jamais encontrará acolhida em mim este tipo de comportamento.
O que quero
dizer ao relatar este fato, é demonstrar como as pessoas enxergam as verdades,
mas, como é mais atrativo a elas, manterem-se filiadas a mentiras e meias
palavras.
A hora é para
mudar, a escolha esta sendo feita agora, não caia naquela armadilha que diz:
“Tudo tem o seu tempo”. Tem?
Ou é você que
faz o tempo acontecer?
PENSE.
Sou Grato.
Roberto
Velasco.
Nenhum comentário:
Postar um comentário