A vida é energia em movimento
transformando-se, em constante pulsar, assumindo formas, cores, complexidades,
estruturas e propósitos que se metamorfoseiam assumindo vertentes da vida em
suas mais infinitas experiências e possibilidades.
Os circuitos elétricos nos
quais ela se propaga são constituídos por micro canais espiralados que são
movidos e direcionados a intenção da vida para a qual a energia se destina em
propósito, e em que ambiente ela há de se manifestar.
O fluxo e a intensidade da
mesma, podem variar sob todas as qualidades de que ela seja constituída, assim
como, pode agregar em seu movimento outras qualidades que se vinculem ao
propósito de sua criação. Algumas leis são inalienáveis neste processo, mas,
como o criar sempre esta em constante ebulição vibratória, não há condicionamentos
que possam limitar sua propagação ou a sua constituição ao encontrar o ambiente
e a razão de sua criação.
Todo o processo criativo
obedece a uma lei geral que se desmembra em várias vertentes de manifestação,
qualidade e gênero, sempre estando afinada com a sua consciência primaz que
habita em cada átomo que vibra no universo.
Esta lei é presente em toda a
emanação de vida, distinguindo-se pelo seu estado vibratório, ativo ou passivo,
desperto ou letárgico segundo a consciência que se vale da energia em si mesmo.
Operar o processo da vida
requer uma consciência desperta, ciente
e plenamente vinculada com a lei geral e presente em toda a manifestação da
vida. O universo apresenta bilhões de potenciais
criativos que vai desde o absoluto caos até a mais plena expressão da harmonia identificada
naquilo que limitadamente conhecemos pelo nome de perfeição.
Estrelas, constelações e
universos se confundem e se interpenetram em constantes ciclos de vida, onde
desde o mais profundo caos até a mais absoluta perfeição, no criar, gerar e
aperfeiçoar o estado da vida é o único aspecto imutável da própria vida em si
mesma.
Há em cada átomo de vida uma
consciência que o remete ao degrau imediatamente acima na escala de aperfeiçoamento.
Esta consciência interpenetra uma força eletromagnética carregada e programada
para evoluir obedecendo a ciclos ascendentes e descendentes, de expansão e
retração, de união e separação, mas sem nunca perder o vinculo com a
consciência primaz presente em si e em toda a forma de vida a sua volta, seja
esta vida, manifestada em que plano, dimensão ou atmosfera ela possa estar
vibrando.
A lei geral a que me refiro e
que permeia a tudo é o Amor. Nada pode ser sustentado por muito tempo sem a
qualidade do amor em sua vibração. Nada se mantém integrado em si mesmo se a
ausência do amor for estendida por um tempo demasiadamente longo. O universo
somente encontra a harmonia quando esta energia, esta em vibração, seja em
processo de desenvolvimento ou em sua manifestação plena.
Quando esta energia torna-se demasiadamente
fraca e praticamente nula em períodos de tempo prolongados, o fluxo natural da
vida nestes casos registra a instalação da frequência do caos que atua como
elemento desagregador e desintegrador da realidade carente da frequência do
amor, para que a partir deste processo Caótico, possam novas possibilidades
serem geradas já com um novo dinamismo de vida constituído de potenciais
amorosos.
Desta maneira, fica
evidenciado que a vida em seu processo de criação e recriação não pode
prescindir da presença do amor em sua constituição e vibração.
O que podemos perceber em
nossa realidade terrena, é varias vertentes de vida, compostas por múltiplas
qualidades desenvolvidas por micro e macro organismos vivos, que se somam a se
relacionam em um processo contínuo de sustentação e desenvolvimento da vida em sua expressão
máxima.
Em nosso planeta somos
vizinhos dos reinos animal, vegetal e mineral.
Vidas estas, totalmente por
nós desconhecidas em sua essência como fontes criadoras da vida em um ângulo
mais ampliado de observação. O caráter cientifico que podemos emprestar na
observação da presença destes reinos entre nós, nos direciona ao aspecto de
suas existências e consequêencias físicas, que se registram no ambiente, nelas
próprias e sua influência no reino humano, mas, muito pouco os percebemos como
fontes próprias de energia e vida criativa.
Nosso contato com estes seres,
se da mais em nível de os percebemos como seres que estão aqui exclusivamente
para, nos servirem dentro das funções e utilidades para as quais cada um deles
foi por nós definida. Não os observamos como filhos da mesma fonte que nos
gerou, esquecemo-nos que a vida se manifesta em qualquer consciência, por mais frágil ou simples que
ela possa se constituir.
Há aqui um erro de avaliação
que cometemos sobre a presença destes seres aqui na terra. Precisamos
reformular esta visão, e orientar-nos para estabelecermos, uma convivência mais
integrada com o mais elevado conceito e manifestação da vida, que sejamos
capazes de permitir perceber.
Devemos imediatamente
abandonar o comportamento egoísta, de que nos colocamos acima destes, como se
eles fossem adorno e utensílios em nossos lares, ou prestam-se para o consumo e
sustentação da vida nesta realidade material.
A vida tem que ser observada
como uma integração única e indivisível, permitindo que as varias formas e
conceitos da mesma, possam alcançar o seu crescimento, para o nível
imediatamente acima de onde estão em um dado momento.
O humano gerou um
comportamento individualista, e acredita que a vida que o acompanha na terra,
basicamente esta aqui para servi-lo diante de seus isntintos e desejos.
Na própria espécie humana a
vida deixou lacunas profundas na construção de conceitos que atravessaram
milênios em desagravo com a lei maior. Subjugada que foi pelas vertentes
gélidas da lastimável consciência humana voltada e submissa ao medo de amar.
Atravessamos civilizações,
eras e ciclos cósmicos que reforçaram um padrão desagregador, e que nos leva
gradativamente a um estado caótico nas relações com o planeta e a vida que
agoniza a nossa volta.
A vida constitui-se em algo
muito alem do que a mortalidade em nosso corpo pode presumir. Anestesiamos em
nós, nossa maior virtude que é o amor, em favor de uma efêmera vivência limitada,
entre o nascimento e a presumível morte deste corpo físico. Até neste
particular, somos levados a crer que nosso corpo físico, naquilo que entendemos
por morte é totalmente desconstituído, doce ilusão para aqueles que percebem a
vida por horizontes limitados. Estes não conseguem perceber que inclusive em
seu corpo físico, a renovação da vida se faz a partir de um estado caótico que
se instala no corpo do individuo levando-o a perda deste corpo. Para que em um momento seguinte,
ele retorne a vida material sustentado por um novo organismo físico, com a
Capacidade de desenvolver uma vida mais sintonizada com o amor.
Ao desenvolvermos o direito a
vida que nos foi concedida por Deus, esquecemos que a vida é sagrada, pelo
simples fato de que ela provém de Deus.
Não conseguimos enxergar que
quando retiramos a vida de outrem ou a nossa, estamos de fato negando a própria
vida em Deus.
Nosso ego inflou-se de tal
maneira que filiamo-nos a idéias, conceitos e atitudes que cada vez mais se
distanciam de nós mesmos.
A vida recria-se em si mesma,
regenera-se a cada instante, e promove o movimento incontido e intermitente do
amor, mas que, negado em nós como conseqüência de nossas manifestações
descomprometidas com a própria vida, através daquilo que geramos a partir de
nossas experiências, nos conduz aos abismos das dores e dos medos nos quais a
personalidade humana se vincula existência após existência.
O retrato que temos de nossa
sociedade é deprimente. Somos aproximadamente oito bilhões de pessoas no
planeta, que vive e sobrevive miseravelmente.
Mas, me pergunto, quantos
destes desenvolvem suas existências nutridas pela energia do Amor?
A resposta me foge sem seuqer
me alcançar uma tênue esperança de otimismo, que possa me sugerir algo
diferente daquilo que nossos livros de história nos informaram ao longo dos
tempos, onde a vida era desrespeitada e desvalorizada, em favor de valores
comprometidos com o poder e o domínio sobre o outro.
Se em nossa própria espécie,
não conseguimos respeitar a vida, pressupor comportamento distinto para com as
demais vertentes da vida entre nós, somente pode ser entendido em nós como
inocência ou aptidão a utopia.
AS relações sociais nas quais
a civilização humana mergulhou nas últimas décadas estabeleceram um antagonismo
explicito, em situações da realidade cotidiana, quando esta, se depara com
momentos de dramaticidade. O risco eminente de morte, ou a própria morte quando
registrada, provoca comoção na sociedade que imediatamente abandona seu
comportamento egoísta e reage em solidariedade a comunidade social onde o
evento se registrou.
Há nestas ocasiões uma pronta
reação em socorro aos atingidos pelo episódio. O acolhimento que a sociedade se
permite emprestar nestas situações, é extremamente comovente, e nestes casos,
não existem limites materiais, geográficos, de abastecimento e de profunda
empatia com os afetados direta e indiretamente pelo episódio.
Nestes instantes a vida se
faz mais vida, exatamente no limite de sua existência, aí se reconhece o valor
da vida no outro e o quanto este outro é importante para cada um de nós. O
sentido de unidade emerge de maneira espontânea, e envolve a todos na direção
de um mesmo propósito, acolher, auxiliar, estender a mão e preservar a vida.
Se assim o fazemos nestes
casos extremos, porque ainda resistimos em nosso cotidiano em adotar tal
comportamento?
E por que, quando o episódio
é vencido ou se distância no tempo as pessoas simplesmente retornam ao seu
comportamento anterior?
O que leva o homem a segregar
o seu irmão nas horas comuns, enquanto que nas horas extremas age de maneira
diametralmente oposta?
Quando permitimos enunciar
tais questões, começamos a aproximarmo-nos dos limites de nossos pontos de
conforto e de nossos padrões egóicos.
Sabemos que cada pessoa
desenvolveu uma experiência única, mesmo fazendo parte do mesmo núcleo
familiar. As vivências, a maneira como percebe a vida e como as circunstâncias
da vida, promovem em cada um, percepções e reações distintas, estabelece a
exclusividade e a independência na formação da personalidade de cada um.
Desta maneira, uma situação
ocorrida em uma mesma família pode provocar bem estar a um destes membros, mas
ao outro, pode gerar algum tipo de seqüela em decorrência deste último ter se
sentido de alguma maneira atingido pela situação comum a toda a família. Mas,
tendo ele sido afetado de maneira distinta dos demais, pelas percepções
exclusivas que ele foi capaz de gerar a partir de seu aparelho psicológico, vai
consequentemente produzir reações impares e absolutamente regidas por padrões
que o governam intimamente.
A exclusividade e a percepção
própria de cada um, gera as distinções entre os vários grupos sociais que
habitam o planeta.
Conseqüentemente cada um cria
para si, padrões, crenças e hábitos que são sustentados exatamente pelas suas
experiências de vida, cujas conseqüências serão sentidas em cada um de maneira
muito particular.
Assim sendo, ver a vida de
maneira comum tornou-se uma utopia. Somos movidos por desejos, sensações,
instintos e diferentes capacidades cognitivas resultantes do próprio viver.
Há muito tempo perdemos o
contato com a simplicidade e a humildade. Desenvolvemos uma personalidade voltada
a gerar fatos e conquistas, que incorporadas a nossa personalidade e vida, as
transformaram em uma verdadeira arvore de natal, cheia de luzes, cores e adereços
que asfixiaram a própria arvore retirando-lhe a capacidade de oxigenar-se.
A conquista ou não destas
luzes, cores e adereços, remete-nos a dois estados distintos da personalidade.
Quando as conquistas se
fizeram fato na vida da personalidade, esta se deixa deslumbrar com os louros
da vitória, adquirindo neste instante padrões que se identifiquem com a sua auto-suficiência,
mas, para aqueles que não galgaram vitórias, assumem padrões afinados com a
derrota e a cobrança que a sociedade
gerou e que se impõe a todos.
Afinal, a vida é uma simples realidade
concreta a ser desenvolvida ou, a vida é uma infinita manifestação do amor em
suas mais diversas possibilidades?
Quem se dará o direito de
pensar sobre isto?
Roberto Velasco,
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