sexta-feira, 1 de agosto de 2014

VIDA, CAOS E AMOR



A vida é energia em movimento transformando-se, em constante pulsar, assumindo formas, cores, complexidades, estruturas e propósitos que se metamorfoseiam assumindo vertentes da vida em suas mais infinitas experiências e possibilidades.
Os circuitos elétricos nos quais ela se propaga são constituídos por micro canais espiralados que são movidos e direcionados a intenção da vida para a qual a energia se destina em propósito, e em que ambiente ela há de se manifestar.
O fluxo e a intensidade da mesma, podem variar sob todas as qualidades de que ela seja constituída, assim como, pode agregar em seu movimento outras qualidades que se vinculem ao propósito de sua criação. Algumas leis são inalienáveis neste processo, mas, como o criar sempre esta em constante ebulição vibratória, não há condicionamentos que possam limitar sua propagação ou a sua constituição ao encontrar o ambiente e a razão de sua criação.



Todo o processo criativo obedece a uma lei geral que se desmembra em várias vertentes de manifestação, qualidade e gênero, sempre estando afinada com a sua consciência primaz que habita em cada átomo que vibra no universo.
Esta lei é presente em toda a emanação de vida, distinguindo-se pelo seu estado vibratório, ativo ou passivo, desperto ou letárgico segundo a consciência que se vale da energia em si mesmo.
Operar o processo da vida requer uma  consciência desperta, ciente e plenamente vinculada com a lei geral e presente em toda a manifestação da vida. O universo  apresenta bilhões de potenciais criativos que vai desde o absoluto caos até a mais plena expressão da harmonia identificada naquilo que limitadamente conhecemos pelo nome de perfeição.
Estrelas, constelações e universos se confundem e se interpenetram em constantes ciclos de vida, onde desde o mais profundo caos até a mais absoluta perfeição, no criar, gerar e aperfeiçoar o estado da vida é o único aspecto imutável da própria vida em si mesma.
Há em cada átomo de vida uma consciência que o remete ao degrau imediatamente acima na escala de aperfeiçoamento. Esta consciência interpenetra uma força eletromagnética carregada e programada para evoluir obedecendo a ciclos ascendentes e descendentes, de expansão e retração, de união e separação, mas sem nunca perder o vinculo com a consciência primaz presente em si e em toda a forma de vida a sua volta, seja esta vida, manifestada em que plano, dimensão ou atmosfera ela possa estar vibrando.



A lei geral a que me refiro e que permeia a tudo é o Amor. Nada pode ser sustentado por muito tempo sem a qualidade do amor em sua vibração. Nada se mantém integrado em si mesmo se a ausência do amor for estendida por um tempo demasiadamente longo. O universo somente encontra a harmonia quando esta energia, esta em vibração, seja em processo de desenvolvimento ou em sua manifestação plena.
 Quando esta energia torna-se demasiadamente fraca e praticamente nula em períodos de tempo prolongados, o fluxo natural da vida nestes casos registra a instalação da frequência do caos que atua como elemento desagregador e desintegrador da realidade carente da frequência do amor, para que a partir deste processo Caótico, possam novas possibilidades serem geradas já com um novo dinamismo de vida constituído de potenciais amorosos.
Desta maneira, fica evidenciado que a vida em seu processo de criação e recriação não pode prescindir da presença do amor em sua constituição e vibração.



O que podemos perceber em nossa realidade terrena, é varias vertentes de vida, compostas por múltiplas qualidades desenvolvidas por micro e macro organismos vivos, que se somam a se relacionam em um processo contínuo de sustentação e  desenvolvimento da vida em sua expressão máxima.
Em nosso planeta somos vizinhos dos reinos animal, vegetal e mineral.
Vidas estas, totalmente por nós desconhecidas em sua essência como fontes criadoras da vida em um ângulo mais ampliado de observação. O caráter cientifico que podemos emprestar na observação da presença destes reinos entre nós, nos direciona ao aspecto de suas existências e consequêencias físicas, que se registram no ambiente, nelas próprias e sua influência no reino humano, mas, muito pouco os percebemos como fontes próprias de energia e vida criativa.
Nosso contato com estes seres, se da mais em nível de os percebemos como seres que estão aqui exclusivamente para, nos servirem dentro das funções e utilidades para as quais cada um deles foi por nós definida. Não os observamos como filhos da mesma fonte que nos gerou, esquecemo-nos que a vida se manifesta em qualquer  consciência, por mais frágil ou simples que ela possa se constituir.


Há aqui um erro de avaliação que cometemos sobre a presença destes seres aqui na terra. Precisamos reformular esta visão, e orientar-nos para estabelecermos, uma convivência mais integrada com o mais elevado conceito e manifestação da vida, que sejamos capazes de permitir perceber.
Devemos imediatamente abandonar o comportamento egoísta, de que nos colocamos acima destes, como se eles fossem adorno e utensílios em nossos lares, ou prestam-se para o consumo e sustentação da vida nesta realidade material.
A vida tem que ser observada como uma integração única e indivisível, permitindo que as varias formas e conceitos da mesma, possam alcançar o seu crescimento, para o nível imediatamente acima de onde estão em um dado momento.
O humano gerou um comportamento individualista, e acredita que a vida que o acompanha na terra, basicamente esta aqui para servi-lo diante de seus isntintos e desejos. 



Na própria espécie humana a vida deixou lacunas profundas na construção de conceitos que atravessaram milênios em desagravo com a lei maior. Subjugada que foi pelas vertentes gélidas da lastimável consciência humana voltada e submissa ao medo de amar.
Atravessamos civilizações, eras e ciclos cósmicos que reforçaram um padrão desagregador, e que nos leva gradativamente a um estado caótico nas relações com o planeta e a vida que agoniza a nossa volta. 
A vida constitui-se em algo muito alem do que a mortalidade em nosso corpo pode presumir. Anestesiamos em nós, nossa maior virtude que é o amor, em favor de uma efêmera vivência limitada, entre o nascimento e a presumível morte deste corpo físico. Até neste particular, somos levados a crer que nosso corpo físico, naquilo que entendemos por morte é totalmente desconstituído, doce ilusão para aqueles que percebem a vida por horizontes limitados. Estes não conseguem perceber que inclusive em seu corpo físico, a renovação da vida se faz a partir de um estado caótico que se instala no corpo do individuo levando-o a perda  deste corpo. Para que em um momento seguinte, ele retorne a vida material sustentado por um novo organismo físico, com a Capacidade de desenvolver uma vida mais sintonizada com o amor.
Ao desenvolvermos o direito a vida que nos foi concedida por Deus, esquecemos que a vida é sagrada, pelo simples fato de que ela provém de Deus.
Não conseguimos enxergar que quando retiramos a vida de outrem ou a nossa, estamos de fato negando a própria vida em Deus.
Nosso ego inflou-se de tal maneira que filiamo-nos a idéias, conceitos e atitudes que cada vez mais se distanciam de nós mesmos.
A vida recria-se em si mesma, regenera-se a cada instante, e promove o movimento incontido e intermitente do amor, mas que, negado em nós como conseqüência de nossas manifestações descomprometidas com a própria vida, através daquilo que geramos a partir de nossas experiências, nos conduz aos abismos das dores e dos medos nos quais a personalidade humana se vincula existência após existência.



O retrato que temos de nossa sociedade é deprimente. Somos aproximadamente oito bilhões de pessoas no planeta, que vive e sobrevive  miseravelmente.
Mas, me pergunto, quantos destes desenvolvem suas existências nutridas pela energia do Amor?
A resposta me foge sem seuqer me alcançar uma tênue esperança de otimismo, que possa me sugerir algo diferente daquilo que nossos livros de história nos informaram ao longo dos tempos, onde a vida era desrespeitada e desvalorizada, em favor de valores comprometidos com o poder e o domínio sobre o outro.
Se em nossa própria espécie, não conseguimos respeitar a vida, pressupor comportamento distinto para com as demais vertentes da vida entre nós, somente pode ser entendido em nós como inocência ou aptidão a utopia.



AS relações sociais nas quais a civilização humana mergulhou nas últimas décadas estabeleceram um antagonismo explicito, em situações da realidade cotidiana, quando esta, se depara com momentos de dramaticidade. O risco eminente de morte, ou a própria morte quando registrada, provoca comoção na sociedade que imediatamente abandona seu comportamento egoísta e reage em solidariedade a comunidade social onde o evento se registrou.
Há nestas ocasiões uma pronta reação em socorro aos atingidos pelo episódio. O acolhimento que a sociedade se permite emprestar nestas situações, é extremamente comovente, e nestes casos, não existem limites materiais, geográficos, de abastecimento e de profunda empatia com os afetados direta e indiretamente pelo episódio.
Nestes instantes a vida se faz mais vida, exatamente no limite de sua existência, aí se reconhece o valor da vida no outro e o quanto este outro é importante para cada um de nós. O sentido de unidade emerge de maneira espontânea, e envolve a todos na direção de um mesmo propósito, acolher, auxiliar, estender a mão e preservar a vida.



Se assim o fazemos nestes casos extremos, porque ainda resistimos em nosso cotidiano em adotar tal comportamento?
E por que, quando o episódio é vencido ou se distância no tempo as pessoas simplesmente retornam ao seu comportamento anterior?
O que leva o homem a segregar o seu irmão nas horas comuns, enquanto que nas horas extremas age de maneira diametralmente oposta?
Quando permitimos enunciar tais questões, começamos a aproximarmo-nos dos limites de nossos pontos de conforto e de nossos padrões egóicos.    
Sabemos que cada pessoa desenvolveu uma experiência única, mesmo fazendo parte do mesmo núcleo familiar. As vivências, a maneira como percebe a vida e como as circunstâncias da vida, promovem em cada um, percepções e reações distintas, estabelece a exclusividade e a independência na formação da personalidade de cada um.
Desta maneira, uma situação ocorrida em uma mesma família pode provocar bem estar a um destes membros, mas ao outro, pode gerar algum tipo de seqüela em decorrência deste último ter se sentido de alguma maneira atingido pela situação comum a toda a família. Mas, tendo ele sido afetado de maneira distinta dos demais, pelas percepções exclusivas que ele foi capaz de gerar a partir de seu aparelho psicológico, vai consequentemente produzir reações impares e absolutamente regidas por padrões que o governam intimamente.



A exclusividade e a percepção própria de cada um, gera as distinções entre os vários grupos sociais que habitam o planeta.
Conseqüentemente cada um cria para si, padrões, crenças e hábitos que são sustentados exatamente pelas suas experiências de vida, cujas conseqüências serão sentidas em cada um de maneira muito particular.
Assim sendo, ver a vida de maneira comum tornou-se uma utopia. Somos movidos por desejos, sensações, instintos e diferentes capacidades cognitivas resultantes do próprio viver.
Há muito tempo perdemos o contato com a simplicidade e a humildade. Desenvolvemos uma personalidade voltada a gerar fatos e conquistas, que incorporadas a nossa personalidade e vida, as transformaram em uma verdadeira arvore de natal, cheia de luzes, cores e adereços que asfixiaram a própria arvore retirando-lhe a capacidade de oxigenar-se.
A conquista ou não destas luzes, cores e adereços, remete-nos a dois estados distintos da personalidade.
Quando as conquistas se fizeram fato na vida da personalidade, esta se deixa deslumbrar com os louros da vitória, adquirindo neste instante padrões que se identifiquem com a sua auto-suficiência, mas, para aqueles que não galgaram vitórias, assumem padrões afinados com a derrota e a cobrança  que a sociedade gerou e que se impõe a todos.
Afinal, a vida é uma simples realidade concreta a ser desenvolvida ou, a vida é uma infinita manifestação do amor em suas mais diversas possibilidades?

Quem se dará o direito de pensar sobre isto?




Roberto Velasco,

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